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Bares e restaurantes são a alavanca do Brasil empreendedor

Ao descomplicar a vida dos donos dos bares e restaurantes, o país terá feito uma pacífica revolução na sua cultura empreendedora. Isso significará o florescimento de um setor que hoje representa 16% do total das empresas brasileiras. Ou seja, o Brasil tem 6,4 milhões de estabelecimentos empresariais, sendo que 99% deles são de micro e pequenas empresas. Estima-se que haja, nacionalmente, um total de um milhão de bares e restaurantes.

A priorização do setor de bares e restaurantes, no projeto de se melhorar o ambiente de negócios em todo o país, é “inegavelmente estratégica”, como afirma o presidente executivo da Abrasel, Paulo Solmucci. O primeiro motivo é que o negócio do bar ou do restaurante confunde-se com a pessoa do próprio dono. “Ele trabalha lado a lado, em todas as atividades, com seus empregados e auxiliares, sendo que estes muitas vezes são pessoas de sua família”, observa.

Além da relação cotidiana e direta com os que com eles trabalham, os donos de um bar, de uma lanchonete e de um restaurante mantêm seus estabelecimentos abertos para as ruas. Daí porque os bares e restaurantes são um fator de segurança de suas vizinhanças. Cada estabelecimento, por menor que seja, é um ponto iluminado, um fator de animação e de referência nas ruas e esquinas das 5.570 cidades brasileiras. Em outras palavras, há a média de 180 bares e restaurantes para cada cidade do país.

O setor de bares e restaurantes emprega seis milhões de pessoas. “Poderia empregar mais dois milhões se, olhando-se o que se pratica nos EUA e nos países europeus, fosse permitida a jornada por hora com escala móvel. Ou seja, para o jovem, significa a oportunidade de conciliar trabalho e estudos com tranquilidade. É comum que os nossos jovens, em programas de intercâmbio, façam isso no exterior”, argumenta Solmucci.

Se o bar ou restaurante propicia um relacionamento muito próximo, entre dono e empregados, ao mesmo tempo em que a existência do estabelecimento é fator de comodidade e de segurança pública, para a sua vizinhança, o setor como um todo poderia ser enquadrado dentro da visão da economia solidária. Os estabelecimentos provocam um efeito multiplicador de pequenas escalas que, no conjunto, aciona uma extensa cadeia produtiva.

Faz girar os negócios das feiras livres, das padarias, dos açougues, dos supermercados, das lavanderias, de encanadores, eletricistas, pintores, marceneiros.

“O setor de bares e restaurantes contribui para a segurança pública, para os laços de vizinhança, para a ativação do comércio no seu entorno, para a geração de empregos e tributos, para que as cidades tenham um desenvolvimento integrado, humano e solidário. E, além disso, fortalece a esfera local dos milhares de municípios, em grande parte dependentes de transferência de recursos dos Estados e da União. O setor transforma o micro em macro, e, por isso, é estratégico”, diz Solmucci.

Para que essa projeção se transforme em realidade, a Abrasel sugere que se equacione os 11 desafios que hoje são obstáculos ao espírito empreendedor de quase dois milhões de donos de bares e restaurantes. Ao lado da formalização do trabalho intermitente, é preciso, ainda, regulamentar a gorjeta. “A falta de regulamentação gera, nas empresas, um enorme passivo e uma tormentosa insegurança jurídica”, afirma o líder do Conselho Nacional da Abrasel, Newton Pereira.

É preciso que haja, segundo o presidente do Conselho de Administração Nacional da Abrasel, Pedro Hoffmann, uma ampla mobilização dos três poderes, em um esforço sinérgico para que o país promova a pacífica revolução empreendedora, a partir dos bares e restaurantes. “Esse trabalho - em conjunto com os poderes executivo, legislativo e judiciário - é imprescindível para que o país se transforme em um dos melhores ambientes de negócio na América Latina e, também, no mundo”, reforça.

Outra liderança que vem atuando em defesa dos 11 pontos da agenda da Abrasel, denominada Proposta para o Fortalecimento dos Bares e Restaurantes do Brasil, é o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS). Ele preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor de Alimentação Fora do Lar. O deputado informa que, em 2014, os negócios do setor somam cerca de R$ 140 bilhões, representando um crescimento de 8,6% em relação a 2013, segundo a Pyxis Consumo (ferramenta de dimensionamento de mercado, do Ibope Inteligência). “As perspectivas do setor são ainda muito maiores. Para tanto, é fundamental a adoção do conjunto de propostas que o setor formula”, acrescenta o líder da Frente Parlamentar.

 

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